sábado, 4 de julho de 2009

OS CAMINHOS DA IGREJA NO INICIO DO TERCEIRO MILENIO

É vasta a doutrina social da Igreja sobre a sociedade, a sua estrutura, os valores fundamentais a cultivar em ordem à sua edificação como comunidade de pessoas, justa, pacífica e fraterna, e sobre a missão da Igreja na construção dessa mesma sociedade. O momento presente da nossa vida, no contexto da normal discussão democrática sobre os problemas do mundo, suscitou questões que dizem diretamente respeito à harmônica inserção da Igreja no caminho do terceiro milênio. Referimos a título de exemplo: a proposta de Lei de Liberdade Religiosa. Acreditamos que a apresentação clara do pensamento da Igreja, aos fiéis, facilitará o diálogo e trará à justa discussão dos problemas. A missão da Igreja na edificação progressiva de uma sociedade livre, justa e fraterna. Cada vez mais, um dado adquirido, pelo menos ao nível dos princípios, o respeito pelo direito dos cidadãos a serem crentes e a praticarem a sua religião. Mas na linha do subjetivismo individualista, que influenciou a cultura ocidental nos últimos séculos, há a tendência de considerar a fé religiosa exclusivamente como um fenômeno da esfera da intimidade pessoal, pertencente à ordem da vida privada, servindo isso de argumento para excluir qualquer influência da dimensão religiosa na vida pública e institucional da sociedade. Ora, não se pode ignorar que a religião congrega, gera fenômenos comunitários organizados. A Igreja é tanto um mistério de fé como uma realidade visível.
O Concílio Vaticano II chama-lhe sociedade organizada: "Esta sociedade hierarquicamente organizada, por um lado, e corpo místico por outro, assembléia visível e comunidade espiritual, Igreja terrestre e Igreja enriquecida por bens celestes, não pode ser considerada como duas realidades distintas; ao contrário, constituem uma única realidade complexa, constituída por um duplo elemento humano e divino", isto à imagem e na continuidade do próprio Verbo encarnado, Jesus Cristo. A Igreja caminha com toda a humanidade e partilha o destino terrestre do mundo. A visibilidade institucional da Igreja exige que o relacionamento da sociedade com ela não se limite ao respeito do âmbito pessoal da fé, mas enquadre a Igreja como estrutura visível e organizada.
Os nossos dias exigem muita coragem para viver. Há tantos motivos de preocupação e tantas angústias, mesmo se, no fundo, é também belo viver neste tempo, tão cheio de esperanças de um futuro mais sereno e mais humano. Muitos arriscam a vida, também, para defender suas idéias e sua liberdade, e não faltam exemplos luminosos de heroísmo. O cristão é levado, igualmente, a arriscar para permanecer tal. Não será verdade, talvez, que em algumas partes da humanidade ainda existe opressão e perseguição, levando os que desejam permanecer fiéis a Cristo a viverem escondidos, como no tempo das perseguições? E, muitas vezes, quando descobertos, pagam com a vida. Mesmo aonde não se chega a tanto, há sempre uma perseguição, és boicotado, colocam-te mil obstáculos, és ridicularizado só porque queres viver seriamente como cristão. Essa perseguição, entretanto, não é novidade desde quando Cristo foi colocado numa cruz, teve início uma longa história que já dura dois mil anos: a história dos mártires cristãos, que jamais conhecerá a palavra "fim". Ele disse: "Se me perseguiram, perseguirão também a vós".
É uma nota característica e perene da Igreja de Cristo: ela é Igreja do novo milênio. Existem, porém, algumas páginas nessa história que merecem uma grande atenção, e são as que se referem aos mártires dos primeiros séculos da Igreja Cristã, quando o sangue foi derramado em grande abundância. É muito útil, e até necessário, voltar a essa história (mas atenção: é história verdadeira, não lenda; história documentável, não fábulas ou mitos), porque é uma história que se torna escola: nela aprenderemos a ser também intrépidos na profissão da fé e corajosos na superação das provas do nosso martírio, qualquer que ele seja neste terceiro milênio. É preciso viver como Igreja de Cristo, um cristianismo sem medo de perde a sua própria vida, mais lutar em pro do outro e não se conforma com a injustiça que escraviza uma humanidade sedenta de Deus. É possível que neste terceiro milênio a verdadeira Igreja de Cristo que nos somos posar mudar esta historia que estamos presenciando nos dias atuais.

Arnaldo Félix, 7º período. Disciplina: Teologia dos princípios Batistas

Nenhum comentário:

Postar um comentário